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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 663-1

663-1

DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES DO BIOSSURFACTANTE PRODUZIDO POR CANDIDA BOMBICOLA URM 3718

Autores:
Pollyana Pereira do Nascimento (UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO) ; Hozana de Souza Ferreira (UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO) ; Italo José Batista Durval (UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO) ; Leonie Asfora Sarubbo (UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO) ; Raquel Diniz Rufino (UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO)

Resumo:
A contaminação do solo por derivados de petróleo é muito comum, principalmente em decorrência de vazamentos, derramamentos e acidentes durante a exploração, refino, transporte, armazenamento e distribuição, e representa um perigo tanto para o meio ambiente quanto para a saúde humana devido à sua alta toxicidade. Diante dessa realidade, estudiosos tem ido em busca de técnicas que reduzam os impactos causados por esses compostos. Uma das tecnologias que vem sendo amplamente utilizadas são os processos de biorremediação. Nesses processos micro-organismos, ou seus produtos, podem atuar na eliminação e/ou redução de compostos tóxicos presentes no meio ambiente. Os tensoativos biológicos são compostos sintetizados por bactérias, leveduras e fungos filamentosos que possuem propriedades similares aos tensoativos químicos. Por serem moléculas anfifílicas, ou seja, possuem uma parte polar e outra apolar em sua cadeia e, portanto, possuem a propriedade de reduzir a tensão superficial e formar emulsões. Além da vantagem de ser mais estável em ampla faixa de pH e temperatura, apresenta menor toxicidade, maior especificidade e biodegradabilidade em relação aos tensoativos químicos. Considerando o potencial das leveduras do gênero Candida em produzir surfactantes atóxicos e biodegradáveis, o presente estudo buscou avaliar a estabilidade do biossurfactante produzido por Candida bombicola URM 3718. Estudos para avaliar o perfil de estabilidade do biossurfactante bruto, foram realizados para diferentes valores de pH, salinidade, temperaturas e tempo de exposição à temperatura elevada, através da determinação da atividade de emulsificação e da tensão superficial. Para determinar a capacidade emulsificante e a estabilidade da molécula, foram utilizados o óleo de soja e o óleo de motor queimado. Os resultados mostraram que o biossurfactante foi estável à temperaturas de 5ºC, 70ºC, 100ºC e 120ºC; valores de pH de 2, 4, 6, 8 e 10; temperaturas de 90ºC em diferentes tempos: 10, 20, 30, 40, 50, 60, 100 e 120min; e concentrações salinas de: 2, 4, 6, 8 e 10%. Em relação ao índice de emulsificação com 24 horas (IE24), foram constatadas: emulsões de 80 a 95% para óleo de motor queimado e de 41 a 60% para óleo de soja. Testes de remoção do óleo de motor queimado em colunas empacotadas através de ensaio estático, mostraram que o líquido metabólico livre de células removeu 56,36% do óleo motor queimado contido no solo arenoso; 37,75% no solo siltoso e 32,12% no solo argiloso. Todos os resultados obtidos demonstraram a importância do biossurfactante para potenciais aplicações futuras em processos de remediação de solos contaminados por derivados de petróleo.

Palavras-chave:
 Levedura, Remediação, Tensoativos biológicos, Poluição ambiental


Agência de fomento:
Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia (FACEPE) e a Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)